Métrica, respeito à forma e poesia.

Diga lá, que dia destes, fui contar as sílabas de um poeminha que revisitei e achei tão quadradinho.
Lá estava, a métrica. 11 sílabas. Augusto dos Anjos. Psicologia de um Vencido.
Estava ouvindo um trechinho de música, diga lá, esqueci até a música. Fui contar a métrica. 7 sílabas, 7 sílabas, verso, 7 sílabas, opa, 6 sílabas, há! Não tem métrica. Vou cantar a música. Opa, tem métrica sim que essa sílaba aproveita da outra. Gente! Que lindo! Foi quando eu percebi a forma gigante que provavelmente englobava tudo da poesia à música, que é era a métrica. Tá em todo lugar!
Que lindeza isso. Pensava antes eu, que era um capricho desnecessário dos parnasianos que eu julgava meio loucos. Como se fosse mostrar um cubo através de um quadrado, e isso fosse em si meio absurdo porque supostamente na poesia  não podíamos ver naturalmente quadrado virar cubo? Que tolo eu.
Tem um cabinha, que dizia que o haicaísta era aquele que tentava dobrar e criar o universo em algumas linhas. Achava lindo. O haicai me ensinou a métrica, sem querer, e eu agradeço!
Ter ordem em casa é um bocadinho bom. É como falar, aquele ali é um bom caminho. Mas há tantos outros caminhos para além da métrica. Só quis anunciar que a descobri. Talvez me desculpar por não a ter acompanhado em minha vida, e aqui, queria até dizer um voto de manter relações saudáveis de continuar eu no meu caminho e ela no dela, mas misturou e agora o que será?
Nota: Os primeiros versos de 'Desde que o Samba é Samba'... é Assim. Recontando elas depois, pode até não ter métrica, e isto um bocado me agrada.
E lá vai, Bernardo canta; Desde que o Samba é Samba

Nenhum comentário:

Postar um comentário